segunda-feira, 24 de maio de 2010

Olhar para os bons exemplos...


A vitória de José Mourinho na Champions League levanta uma interessante reflexão: o dinheiro é essencial para a competitividade de pessoas, empresas, Estados? Não. Senão veja-se: o seu primeiro triunfo na Champions, em 2003-2004, fez-se com uma equipa sem estrelas. Paulo Ferreira, por exemplo, vinha da Liga de Honra, eufemismo para II divisão.

Quando foi para o Chelsea, "The Special One" passou a dispor dos biliões de Abramovich. Mas embora tenha dado ao clube o primeiro título em 50 anos, nunca passou das meias-finais da Champions.

Caído em desgraça no Chelsea, Mourinho transitou para o Inter, com menores recursos financeiros. Mas foi precisamente aí que voltou ao topo do futebol europeu. Mero acaso? Não. Mourinho é um potenciador de talentos, um motivador. Com ele, recursos humanos que parecem medianos tornam-se gigantes: o leitor conhecia Milito? E Maicon, o defesa goleador? Sneijder, outro pilar do grupo, fora dispensado do Real Madrid por Florentino Pérez.

Abramovich e Pérez parecem o Estado português: gastam cada vez mais recursos sem entregar ("deliver") resultados. Pérez investiu mais de 250 milhões no Real e caiu nos oitavos-de-final. Abra caiu aos pés do Inter. Mourinho faz grandes omeletes com poucos ovos. Onde outros esbanjam dinheiro, sem resultados, ele faz milagres. Com orçamentos mais magros (e sem estrelas).

Moral da história: e se os primeiros-ministros percebessem que excesso de despesa não é sinónimo de um Estado mais útil para os cidadãos? É que deitar dinheiro para cima dos problemas nunca garantiu resultados!!!


Opinião de Camilo Lourenço em "Jonal de Negocios", que eu subscrevo na integra.

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