quarta-feira, 26 de maio de 2010

A ilusão do Direito à Saúde! Garantir que Futuro?


O direito de acesso aos cuidados de saúde, teoricamente universais e tendencialmente gratuitos, não é mais do que uma pura ilusão com a qual a generalidade dos cidadãos alimenta uma falsa segurança, que, mais tarde ou mais cedo, acaba por pagar caro (ou com o seu orçamento ou com a sua qualidade de vida). Quando alguém se vê confrontado com uma situação de doença, das duas uma, ou é uma situação emergente/urgente e o serviço nacional de saúde responde de uma forma que eu considero, na maioria dos casos, adequada (exceptuando o tempo de espera que se verifica algumas vezes nas situações de urgência e partindo do princípio que os médicos são qualificados, pois até isso está a ser posto em causa pela comunicação social) ou então depara-se com um estado patológico que, não sendo emergente ou urgente, é altamente incapacitante e “privador” da qualidade de vida. É este último caso que nos reporta para uma conhecida frase retirada da sabedoria popular – “pobre de quem precisa!”. Esperar meses a fio por uma consulta de especialidade, um exame ou uma cirurgia, com todas as consequências que daí advêm, é claramente, não ter direito à saúde e ponto final. E este aspecto entende-se tanto menos quanto os crescentes valores dos orçamentos para a saúde nos mostram, sendo difícil para o cidadão comum perceber onde acaba a despesa e começa o despesismo neste sector… Penso que é altura para o Estado começar a assumir as suas responsabilidades e reconhecer de uma vez por todas as respostas que pode dar e as que não pode, em matéria de saúde, para que, também de uma vez por todas, se possam encontrar soluções para este problema que tem um efeito nefasto na produtividade do País já que incide, em grande medida, na nossa população activa.

terça-feira, 25 de maio de 2010

Partidos políticos imunes à crise!


Em ano de crise, o orçamento da Assembleia da República dá mais dinheiro aos deputados para transportes, estudos e assessorias técnicas.

Fonte: Correio da Manhã



E depois queixam-se que as pessoas não aceitam os sacrifícios!!! Depois de saberem para onde vai o dinheiro desses sacrifícios o Governo queria o que?! Por acaso é um belo dia para Pedro Passos Coelho apelar à não participação das pessoas na greve geral convocada pela CGTP. Enquanto este Feudalismo continuar, não adianta pedir às pessoas para entender que a demagogia e o populismo da esquerda não são solução! Confesso que até a mim me apetece participar na manifestação...

segunda-feira, 24 de maio de 2010

Olhar para os bons exemplos...


A vitória de José Mourinho na Champions League levanta uma interessante reflexão: o dinheiro é essencial para a competitividade de pessoas, empresas, Estados? Não. Senão veja-se: o seu primeiro triunfo na Champions, em 2003-2004, fez-se com uma equipa sem estrelas. Paulo Ferreira, por exemplo, vinha da Liga de Honra, eufemismo para II divisão.

Quando foi para o Chelsea, "The Special One" passou a dispor dos biliões de Abramovich. Mas embora tenha dado ao clube o primeiro título em 50 anos, nunca passou das meias-finais da Champions.

Caído em desgraça no Chelsea, Mourinho transitou para o Inter, com menores recursos financeiros. Mas foi precisamente aí que voltou ao topo do futebol europeu. Mero acaso? Não. Mourinho é um potenciador de talentos, um motivador. Com ele, recursos humanos que parecem medianos tornam-se gigantes: o leitor conhecia Milito? E Maicon, o defesa goleador? Sneijder, outro pilar do grupo, fora dispensado do Real Madrid por Florentino Pérez.

Abramovich e Pérez parecem o Estado português: gastam cada vez mais recursos sem entregar ("deliver") resultados. Pérez investiu mais de 250 milhões no Real e caiu nos oitavos-de-final. Abra caiu aos pés do Inter. Mourinho faz grandes omeletes com poucos ovos. Onde outros esbanjam dinheiro, sem resultados, ele faz milagres. Com orçamentos mais magros (e sem estrelas).

Moral da história: e se os primeiros-ministros percebessem que excesso de despesa não é sinónimo de um Estado mais útil para os cidadãos? É que deitar dinheiro para cima dos problemas nunca garantiu resultados!!!


Opinião de Camilo Lourenço em "Jonal de Negocios", que eu subscrevo na integra.

terça-feira, 18 de maio de 2010

"Portugal: que Futuro?"


Excerto do livro “Portugal: que Futuro?” de Medina Carreira:

“…pensar-se sempre nas limitações estruturais da nossa economia; não esquecer que a globalização é imperativa e que, por isso, vivemos num mercado muito aberto e competitivo.
Condicionados, no mínimo, por estes factores, dir-se-á que: primeiro, o nosso significativo crescimento só é possível pela satisfação da procura externa, isto é, exportando mais; segundo, que isto depende da atracção de investimentos, nacionais e estrangeiros, adequados; e que, terceiro, a criação de condições de atractividade desses investimentos, em mercado livre, é função das reformas que o Estado português venha a realizar, criando, assim, vantagens competitivas.
Seguindo o sentido das deslocalizações que têm ocorrido é, sobretudo, no leste europeu que se encontram hoje os países mais atractivos para os investimentos.
Entre as vantagens que oferecem encontram-se, provavelmente, os níveis salariais, os graus de preparação escolar e técnica; o regime laboral; o peso, a simplicidade, a estabilidade e a atractividade dos regimes fiscais; a transparência, a rapidez e a seriedade com que são tratados os processos burocráticos; o grau e o nível da corrupção existente; a celeridade e o custo dos processos judiciais, em especial dos fiscais, dos de condenação cível, dos de execução e dos do trabalho; as tarifas da energia e das comunicações.
Eventualmente algo mais.
Compreendamos, então, o que é inevitável: sejam quais forem os requisitos exigidos pelos investidores, eles só nos procurarão se lhes oferecermos condições mais vantajosas do que as dos outros países concorrentes.
Inteiramente livres nas suas decisões, tais investidores subordinar-se-ão sempre, e como é lógico, à consideração dos seus próprios interesses.
Vociferar contra isto, como acontece com alguns «voluntaristas», é patético: na realidade só podemos «pegar» ou «largar».
Neste jogo, não somos livres.”

domingo, 16 de maio de 2010

Um círculo vicioso onde ninguém mexe!


Precisamente no dia 25 de Abril de 1974, deu-se início a um círculo vicioso que ninguém tem coragem de interromper. Há cerca de 33 anos, logo após a revolução dos cravos, a Constituição e o Sistema Político instaurado interiorizou defeitos gravíssimos que se agudizam a cada dia que passa, qualquer que seja a situação económica e social, quer ao nível global quer ao nível interno. Esse mesmo sistema tem andado a vender ao povo a ilusão de que podemos viver acima das nossas possibilidades, tudo para manter as regalias dos senhores feudais deste País. Nós temos uma Republica de 10 milhões de habitantes que gasta mais recursos que a Monarquia Espanhola de 45 milhões, temos ministérios que aumentam as despesas todos os anos, temos autarquias onde o aumento da despesa é directamente proporcional à diminuição da população. O governo anunciou recentemente a redução de 5% nos vencimentos dos políticos e gestores públicos! Mas alguém acredita que a maior fonte de rendimento desses senhores é o salário?? E os subsídios de deslocação e representação, prémios de desempenho, horas extraordinárias, entre outras regalias tais como automóveis topo de gama, cartões de crédito com plafonds ilimitados, etc. etc. etc. Todos os especialistas e pessoas atentas estão carecas de saber que para um País prosperar tem que ter as contas públicas em ordem e crescimento económico sustentado, para isso temos que consumir mais produzindo mais e exportar no mínimo o correspondente ao que importamos. Mas vamos ao círculo vicioso propriamente dito: no início da Governação do actual primeiro-ministro (sendo certo que antes aconteceu exactamente a mesma coisa) com a economia a crescer debilmente mas a crescer, o mesmo disse: temos as CONTAS PÚBLICAS DESEQUILIBRADAS, temos que aumentar impostos às famílias e às empresas mas nas regalias dos senhores feudais não se mexe! Resultado – RECESSÃO. Vem o primeiro-ministro: estamos em recessão, temos que acudir à economia e às pessoas, mas nas regalias dos senhores feudais não se mexe! Resultado - CONTAS PÚBLICAS DESEQUILIBRADAS. Neste momento estamos na fase do anúncio, que há poucos dias foi feito: temos as contas públicas desequilibradas, temos que aumentar impostos às famílias e às empresas mas nas regalias dos senhores feudais não se mexe! Eu vou fazer uma previsão do resultado, assim ao “calhas”: RECESSÃO, e a seguir outra previsão ao “calhas”: CONTAS PÚBLICAS DESEQUILIBRADAS. E andamos nisto! A minha esperança é que apareça um dia um D. João II ou um Marquês de Pombal que faça realmente o que tem que ser feito e corte a sério a despesa vergonhosa que tem que ser cortada e deixe as famílias e as empresas produzir e consumir em paz.

sábado, 8 de maio de 2010

Alguém me explica a lógica das propostas de esquerda?!


Não sendo necessário, neste momento, caracterizar a actual crise que nos afecta, pois é por demais conhecida e sentida na pele por todos os cidadãos, vejo todos os dias, por parte dos partidos de esquerda, serem apresentadas algumas propostas para reverter a situação, sobre as quais eu gostaria de obter uma explicação assim como se fosse muito burro!!! A esquerda, principalmente a esquerda mais à esquerda, defende acerrimamente o investimento público para dinamizar a actividade económica e por o País na rota do crescimento. Ora se o País não tem um “tostão furado” para investir, vai ter que recorrer ao mercado capitalista e especulador, cujas agências de rating vão certamente avaliar ainda mais negativamente a dívida Portuguesa devido ao aumento galopante da mesma e portanto os respectivos juros ficarão ainda mais caros! Então mas afinal em que é que ficamos??? A esquerda, por um lado, defende que não devemos ficar reféns dos mercados capitalistas, por outro, defende que nos devemos endividar ainda mais! Ou eu sou estúpido ou há aqui qualquer coisa que não bate certo! Depois defende as grandes obras públicas em detrimento do investimento público de proximidade (tendo em conta que não temos propriamente condições, neste momento, para suportar os dois tipos de investimentos) beneficiando apenas meia dúzia de grandes empresas, essas entidades ávidas de lucro e exploradoras das pessoas! Confesso que estou um bocadinho baralhado! Além de esquerda me consegue explicar o que é que defende afinal??

quarta-feira, 5 de maio de 2010

É preciso recuar 900 anos…


Há quase 900 anos, Portugal foi governado por um soberano que, através da sua visão estratégica do reino no que dizia respeito à crucial importância do desenvolvimento sustentado alicerçado num povoamento equilibrado do território nacional, escreveu o seu nome na história sob o cognome de “O Povoador” e é considerado por muitos historiadores um dos Grandes Reis da nossa História. Refiro-me, como já devem ter percebido, a D. Sancho I. Actualmente vemos o nosso País com um desequilíbrio tão avassalador no que diz respeito ao nosso desenvolvimento regional que, em alguns casos, tenho muitas e fundadas dúvidas acerca da sua irreversibilidade. O actual regime democrático, com todos os instrumentos, a todos os níveis, nas suas mãos, nomeadamente todo o dinheiro atribuído pela União Europeia para a concretização desse objectivo, conseguiu construir um País muito mais assimétrico e desigual do que o que tínhamos há 35 anos atrás! Considero até que esta foi a maior derrota da nossa Democracia. E eu não atribuo este fracasso apenas aos governantes e respectivas políticas postas em prática, pois as mesmas apenas reflectiram a vontade do povo, que só se deixa iludir até onde quer e portanto penso que há uma responsabilidade repartida nesta problemática, que resulta de uma visão errada da nossa realidade e das perspectivas de futuro por parte de todos, desde governantes, políticos, empresários até ao mais comum dos cidadãos. O que é necessário, em meu entender, neste momento, é um exercício de consciencialização nacional no sentido de sensibilizar as pessoas para que as mesmas sejam sensíveis a esta realidade preocupante, porque só todos em conjunto poderemos criar sinergias e mudar o actual rumo que nos está a conduzir a um abismo do qual não vejo capacidade para podermos sair se nele cairmos. Para finalizar, apenas um apelo à reflexão: porque será que não há mais empresas a instalarem-se no interior onde os factores motivacionais dos respectivos colaboradores, nomeadamente o custo de vida muito mais baixo, as muito menos horas nas filas de transito, entre muitos outros que, em parceria com politicas laborais adequadas, levariam certamente a um aumento de produtividade com benefícios para todo o País? Será que o afastamento da via marítima para o transporte dos produtos produzidos é suficiente para explicar todo este cenário desolador?