quinta-feira, 22 de outubro de 2009

Mais 500 para o Desemprego!


Hoje acordei com uma notícia que não necessita, nem de caracterização, nem de adjectivação: foram anunciados 500 despedimentos na Delphi da Guarda até Março do próximo ano. Sem querer levantar nenhuma suspeição nem usar a ironia, penso que é legitimo apontar a coincidência do facto deste anúncio ter sido feito pouco tempo depois das eleições Autárquicas, das quais o PS saiu vencedor com maioria esmagadora. As pessoas demonstraram portanto que estão satisfeitas com a governação vigente (ou que as alternativas são piores) e a nível local essa confiança foi até bastante reforçada. Quer isto dizer que a maioria pensa que deve ficar tudo igual, entre outras coisas, no que diz respeito a Fiscalidade (como defende o PS), ao contrário das propostas do CDS-PP, no sentido de uma redução de impostos, para estimular a economia e atrair investimento privado… Mas calma aí que já me estou a adiantar; como é que se pode falar em novo investimento privado se nem o investimento já realizado se consegue manter??? Eu reconheço os efeitos da crise internacional na escalada do desemprego mas ela não justifica tudo, na minha perspectiva. Provavelmente muitos verão neste texto uma elevada carga de demagogia mas os factos falam por si. O argumento de que o País não pode baixar impostos neste momento é muito discutível pois já houve casos em que o aumento de impostos resultou numa diminuição da receita (ex: imposto sobre o tabaco) e o contrário também já aconteceu. O facto de o Défice do Estado estar elevadíssimo e ser imperioso que regresse a um nível abaixo da fasquia dos 3% também não me parece um argumento determinante, embora seja, obviamente, válido. Em relação ao défice, uma conjugação entre a diminuição progressiva da despesa e o aumento da receita em outros factores que não os impostos, irá certamente contribuir para a resolução do problema, e isto é possível sem comprometer a função social do estado, mas eu estou a falar de uma acção social justa, ao contrário da situação actual, carregada de injustiça. Vou então deixar algumas propostas que eu penso poderem melhorar a actual situação, estancar a hemorragia do desemprego e, ainda assim, melhorar a situação do défice do estado, são elas: uma reforma da justiça que permita concretizar efectivamente a cobrança de dívidas (quem deve tem que pagar em tempo útil e o estado tem que ser o primeiro a dar o exemplo, enquanto isso não acontecer Portugal não cresce), uma fiscalização eficaz ao rendimento social de inserção, uma redução do numero de freguesias, introdução de portagens nas SCUT (Auto-estradas com custos de construção e manutenção asfixiantes para as contas publicas), a aproximação do IVA Português ao IVA Espanhol que iria estimular o consumo interno junto à fronteira, pois actualmente muitas pessoas compram vários bens e serviços em Espanha, onde a carga fiscal é mais “amiga”. Isto e muito mais pode ser feito se houver vontade política…

1 comentário:

  1. Portugal nao pode competir com paises como a Romenia (mao de obra especializada) e Marrocos (preço de mao de obra irrelevante no preço final do produto). O futuro da industria portuguesa nao está neste tipo de empresa. Temos que apostar em produtos tecnologicos (não montagem de computadores) para um determinado tipo de sector. A produção maciça ja nao tem futuro. A delphi esta acontecer o mesmo que aos texteis na decada de 80 e 90. So certas empresas ainda existem por terem apostado em produtos para determinados segmentos de mercado. E necessario inovar e nao se acomodar.

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