quinta-feira, 28 de maio de 2009

Cultura financeira... ou falta dela!!!


Devido a uma cultura financeira conservadora e retrógrada como a que se verifica em países como Portugal, Espanha, Itália ou Grécia por exemplo, a esmagadora maioria das pessoas que neles vivem, encontram-se em situações completamente desastrosas no que diz respeito a finanças. Ou se endividam até à ponta dos cabelos (quem os tem!!!), perdem fortunas em juros e andam sempre com o credo na boca, pois a possibilidade de ficarem sem emprego significa a possibilidade de irem dormir para debaixo da ponte visto que, enquanto trabalham, esgotam a totalidade dos rendimentos mensais (tanto faz serem rendimentos mensais de 500 euros como 2000, por exemplo e portanto o problema não é se o salário é baixo ou alto) ou fazem poupanças em produtos de “baixo risco” onde por exemplo recebem um juro anual de 2% quando a inflação atinge os 3% e portanto perdem 1% do seu poder de compra (já nem vou falar das comissões de resgate cobradas pelos bancos) e ainda com um enorme sorriso nos lábios! Como a ignorância de uns é sempre aproveitada pela astúcia de outros, os bancos nestes países são verdadeiras máquinas de ganhar dinheiro. A ilusão da “propriedade”, por exemplo, é tão grande que em 100 pessoas é difícil encontrar uma que, no que diz respeito à habitação, opte pelo arrendamento por opção. Uma grande percentagem (como é o meu caso) compra casa e chama estúpido a quem arrenda (a parte de chamar estúpido no meu caso já não se aplica). Vejamos então por exemplo o meu caso: comprei casa e deitei logo 5000 euros à rua em impostos! Se arrendasse um apartamento no mesmo prédio onde moro pagaria 350 euros mensais, ou seja, os 5000 euros que atirei para o caixote do lixo dar-me-iam para pagar 14,29 meses de renda. Depois pagava uma prestação de 450 euros (porque entrei com capital inicial, caso contrário seria ainda mais) sendo 90 de amortização e 360 de juros, ou seja, só de juros pagava mais que pagaria de renda, portando estava a perder 10 euros por mês pois só estava a investir 90 euros no que vou possuir! Escusado será dizer que os 10 euros de prejuízo mensal podem ser agravados devido às constantes flutuações da euribor… Quando passarem os anos de isenção, vou pagar fortunas anuais de Imposto Municipal de Imóveis (IMI); um dia se quiser vender a casa vou ver-me grego e ainda ter que pagar uma fortuna de comissão a uma imobiliária; se tiver sorte e fizer um “bom negócio” vendendo-a por um valor mais alto que a aquisição ainda vai vir o estado e chular mais uma fortuna em mais valias!!!! Mais valia era eu estar quietinho!!! Resumindo, se passarem por exemplo 15 anos e eu vender a casa, fico com menos dinheiro no bolso que se usufruísse dela o mesmo tempo pagando uma renda. Realmente comprar casa a crédito é o melhor negócio do mundo!!! Investir em produtos de baixo risco para lá caminha; estoirar o dinheiro em vez de o investir para depois ir pedir esmola, em caso de desemprego e fim de protecção social é também uma opção muito coerente!!!... (de créditos ao consumo e cartões de crédito escuso-me de fazer comentários!!!) Se calhar com este discurso muita gente me dirá: então mas em alternativa só investir em produtos de alto risco e portanto poder ganhar mas também poder perder fortunas! A isso eu responderei que em tudo na vida se pode encontrar um ponto de equilíbrio (que a maioria das pessoas não encontra) e para isso é apenas necessário ter meia dúzia de qualidades: estar permanentemente informado, ser diferente, inovador e ter consciência de onde se está e onde se quer chegar…

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