sábado, 11 de setembro de 2010

Novas Oportunidades - Certificados do 12º ano à venda na Internet!

No programa Novas Oportunidades há alunos a obter o 12ª ano com trabalhados comprados na Internet. Por 400 euros é fácil arranjar o certificado.

A Agência Nacional de Qualificação (ANQ), entidade criada sob a tutela do Ministério da Educação e do Ministério do Trabalho, encontrou durante "um programa de visitas de acompanhamento a Centros Novas Oportunidades", em 2009, candidatos certificados com trabalhos "retirados integralmente da internet, e com base nos quais é feita a validação e certificação de competências", avança hoje o jornal "i".

Esta denúncia foi feita sob a forma de "orientação e indicação técnica" enviada aos cerca de 450 Centros Novas Oportunidades para alertar para a situação. Em paralelo, foram ainda detectados dezenas de casos de formandos e ex-formandos que colocaram os seus trabalhos à venda na internet. O Ministério Público está a investigar.

"Durante o processo de acompanhamento foram identificados, quer pelas equipas técnico-pedagógicas dos Centos Novas Oportunidades, quer pela própria ANQ, práticas de prestação de serviços comercializadas através da internet para a elaboração de portefólios fraudulentos", explica o presidente da Agência Nacional para a Qualificação.

Quatrocentos euros é o valor pedido por Paula Duarte, num curto contacto telefónico, por um Portefólio Reflexivo de Aprendizagem que dará acesso ao 12.o ano. "Mas tudo é negociável", garante ao jornalista do "i" - que se identificou como possível comprador - e acrescenta, "no ano passado, pedia 500 euros, mas agora com a crise...". Paula Duarte, à semelhança de várias dezenas de pessoas, pôs na internet um anúncio de venda de portefólios para as Novas Oportunidades.

Quando o programa Novas Oportunidades surgiu, o objectivo passava pela certificação de um milhão de pessoas em cinco anos. Este número não será alcançado, tendo sido, até ao momento, atribuídos cerca de 400 mil diplomas. O número de inscritos desde 2006 ascende a um milhão e 200 mil pessoas.

Fonte: Económico de 19/08/10 10:36

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