quinta-feira, 17 de junho de 2010

Falta de competitividade e também alguma falta de vergonha!


Esta semana os representantes das entidades patronais reuniram com o governo e aproveitaram para apresentar algumas propostas no sentido de promover o aumento de competitividade no nosso país. Uma delas prende-se com a flexibilização da lei laboral para que a menor rigidez na contratação e dispensa de trabalhadores promova o aumento do investimento privado, tão necessário, no actual cenário económico. Até aqui eu subscrevo na íntegra o que foi proposto. Estou, porém, em total desacordo com a segunda proposta de redução de salários e penso até, eu que sou uma pessoa de direita, que se aproxima do ridículo. Num país onde os salários já são dos mais baixos da zona euro e onde o crescimento é suportado, em grande medida, através do consumo interno, os empresários não querem assumir qualquer responsabilidade na baixa produtividade/competitividade que temos! Sim, porque eles também têm uma significativa cota de responsabilidade nesta situação. Das 350 000 pequenas e médias empresas, muitas delas não inovaram, não se modernizaram e não se qualificaram; agora não querem assumir essa inoperância. Eu vou dar um exemplo muito concreto: Há uma empresa em Portugal que desenvolveu um software de gestão e quando o apresenta a empresas estrangeiras, do norte da Europa, a primeira pergunta que estas fazem é: “Qual o valor que este produto acrescenta à minha empresa?”, em Portugal a primeira pergunta é: “Quanto custa?”. Isto diz muito da nossa cultura empresarial e portanto os nossos empresários devem assumir as suas responsabilidades. Portugal só vai mudar quando todos assumirmos os nossos “vícios culturais”, porque todos os temos, não são só os trabalhadores, somos TODOS, sem excepção…

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