quarta-feira, 29 de abril de 2009

É preciso reflectir…


Em ano de eleições Autárquicas e portanto em ano de reflexão e avaliação, penso que é o momento certo para cada um de nós, cidadãos da Guarda, fazer uma análise ponderada e informada acerca da evolução do nosso Concelho ao longo dos últimos anos, para, desta forma, chamarmos a nós a decisão daquilo que queremos para o futuro da nossa região.
No que diz respeito à cidade da Guarda, em particular, verifico com agrado que tem havido uma evolução muito significativa em alguns aspectos do seu desenvolvimento, nomeadamente através do investimento em infra-estruturas, como por exemplo no que concerne à oferta cultural, com a construção do Teatro Municipal da Guarda ou da Biblioteca Municipal Eduardo Lourenço, ou espaços de lazer como o Parque Urbano do Rio Diz. Porém vejo com preocupação algumas notícias publicadas, que colocam a Câmara da Guarda como uma das mais endividadas do País ao ponto de estar prestes a atingir o limite de endividamento e consequente impossibilidade de acesso ao crédito. Temo portanto que a concretização destas infra-estruturas, aliada ás anunciadas derrapagens financeiras tais como a que, como foi noticiado, se verificou na passagem pedonal de São Miguel, venham hipotecar o trabalho que as futuras gerações vão querer realizar em prol da nossa Cidade.
Muito me apraz também, ver aumentada a qualidade na oferta hoteleira e comercial nos últimos anos. Contudo, em contraponto com os acontecimentos positivos que referi, vejo também com muita preocupação o facto de, apesar de todas estas ofertas de bem-estar e qualidade de vida, aliadas à existência de enormes potencialidades que a região oferece (clima, qualidade do ar, gastronomia, etc.), que nos colocam no topo do Ranking das melhores cidades para viver, verifico que cada vez a população do nosso Concelho se encontra mais envelhecida, cada vez menos jovens e jovens casais se fixam no concelho e cada vez nascem menos crianças. Concluo portanto que se calhar é escusado criar as condições necessárias ao bem-estar e desenvolvimento humano se as pessoas não têm meios para se fixarem e usufruírem delas.
Em meu entender, é imperioso, neste momento, centrar atenções no desenvolvimento do nosso tecido produtivo, através de incentivos à fixação de empresas; implementação de políticas de apoio à natalidade e ainda através da exponenciação das potencialidades turísticas da região que são muitas e que, em muitos casos, estão deixadas ao abandono. A prioridade deve ser o saneamento da situação financeira da Câmara Municipal e para isso é necessário extremo rigor para evitar desperdícios; é necessário ainda não avançar com projectos que impliquem grandes investimentos mas sim concentrar esforços no que temos e explorar ao máximo o nosso potencial. É importante fazer uma aposta em alguns projectos que me parecem estratégicos, tais como, a requalificação de algumas vias de acesso. Deve dar-se mais atenção ao mundo rural através de incentivos à agricultura regional, com a defesa e divulgação dos produtos regionais através da realização de feiras, e ainda, satisfazer algumas necessidades básicas das quais algumas pessoas do nosso concelho continuam sem poder usufruir. Na realidade, a Guarda tem cada vez menos empresas instaladas, acentuando-se uma tendência cada vez maior para que o Município seja a maior entidade empregadora do concelho, o que, em meu entender, é preocupante para o futuro da região. Se todo este panorama não se inverter apelo a todos para que reflictam se será bom ou não traçar uma nova linha de rumo…

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