quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

"A Casa Grande" mote para o argumento de "O Testamento do Anticristo"


«Tem tantas portas e janelas como dias tem o ano». Depois de repetida até à exaustão esta frase, por cada pessoa abordada para falar da "Casa Grande", em Pinhel, certo é que surge a curiosidade de ir contar as portas e janelas ao edifício, um solar da primeira década do século XVIII, que actualmente se encontra em obras de recuperação e onde anteriormente estava sedeada a Câmara Municipal de Pinhel. Localizada junto à velha muralha da cidade, o solar é uma beleza em granito e alvenaria, fazendo justiça ao nome de Pinhel que se destaca como terra de tradição fidalga e de solares antiquíssimos. Do granito sobressaem as cornijas lavradas como que a imitar os velhos templos gregos. Lá dentro, reinam os salões ricos, decorados com tapeçarias e painéis, ligados por extensos e escuros corredores.
A história, repetida pelo povo há séculos, fala de forças sobre-humanas como estando na origem da construção da "Casa Grande". Há quem diga mesmo que se trata de uma obra do Diabo, uma vez que a casa foi edificada num muito curto espaço de tempo e numa altura em que a pedra cortada era escassa na região. Há até quem diga que terá surgido do nada, do dia para a noite.
A "Casa Grande" sempre pertencera a famílias de fidalgos, entre elas a dos Antas e dos Meneses, dos Noronha e Avilez, chegando mesmo a pertencer aos abastados Condes de Pinhel. Mas, as dívidas de jogo acabariam por atirar o enorme solar para as mãos do Estado português. E depois de ter sido Grémio da Lavoura, passou a ser a sede dos Paços do Concelho.

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